Alunos,
segue o endereço do site que possui os cursos online.
Abs,
Profa. Vanessa
http://www.iped.com.br
quinta-feira, 28 de maio de 2009
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Com relação à interatividade da televisão, André Lemos define cinco níveis que levam em conta a evolução desta mídia:
Nível 0: neste nível a TV ainda era em preto e branco e com poucas opções
de canais. O espectador pode apenas ligar e desligar o aparelho de TV,
trocar de canal, ajustar a imagem e controlar o volume.
Nível 1: a TV já é em cores, o telespectador tem a comodidade do controle
remoto que permite zappear entre a maior variedade de canais. O zapping
antecede a navegação Word Wide Web (www ou Web).
Nível 2: outros equipamentos eletrônicos são associados ao aparelho de TV,
como o videocassete, as câmeras portáteis e os vídeogames, expandindo as
possibilidades de uso do televisor, permitindo, por exemplo, gravações de
conteúdo para visualizações posteriores.
Nível 3: o usuário passa a interagir mais intensamente com o conteúdo
televisivo. Isto é possível graças ao auxílio de outros meios como telefone e
internet.
Nível 4: a partir deste nível, a TV é considerada interativa, onde o usuário
pode participar do conteúdo em tempo real, ao escolher ângulos e câmeras,
entre outros.
Apesar de Lemos considerar este último nível como o ápice da interatividade na TV, ela ainda é limitada, pois o telespectador não pode interferir completamente na programação. É possível apenas ao usuário responder a estímulos predeterminados pelo transmissor.
de canais. O espectador pode apenas ligar e desligar o aparelho de TV,
trocar de canal, ajustar a imagem e controlar o volume.
Nível 1: a TV já é em cores, o telespectador tem a comodidade do controle
remoto que permite zappear entre a maior variedade de canais. O zapping
antecede a navegação Word Wide Web (www ou Web).
Nível 2: outros equipamentos eletrônicos são associados ao aparelho de TV,
como o videocassete, as câmeras portáteis e os vídeogames, expandindo as
possibilidades de uso do televisor, permitindo, por exemplo, gravações de
conteúdo para visualizações posteriores.
Nível 3: o usuário passa a interagir mais intensamente com o conteúdo
televisivo. Isto é possível graças ao auxílio de outros meios como telefone e
internet.
Nível 4: a partir deste nível, a TV é considerada interativa, onde o usuário
pode participar do conteúdo em tempo real, ao escolher ângulos e câmeras,
entre outros.
Apesar de Lemos considerar este último nível como o ápice da interatividade na TV, ela ainda é limitada, pois o telespectador não pode interferir completamente na programação. É possível apenas ao usuário responder a estímulos predeterminados pelo transmissor.
TV DIGITAL 2
O Set-top Box ou Conversor Digital ISDB converte o sinal analógico para Digital, permite a interatividade e funções adicionais como a gravação dos programas.
Os modelos variam, desde os mais simples, que apenas convertem o sinal, aos mais sofisticados, que dão maiores opções ao telespectador, podendo ser já acoplados no televisor ou ser adaptado.
Com a tecnologia digital é possível oferecer aos telespectadores serviços diferenciados e com recursos que promovem inclusão social, como:
legendas e dublagens em idiomas diferentes, linguagens de sinais, cenas em ângulos diferentes, hipermídia, informativos como previsão meteorológica, gravação de programas, entre outros.
No período de Simulcast (período de transmissão simultânea de sinal analógico e digital), os proprietários de TV no formato 16:9 que não tiverem recepção digital terão a imagem no centro da tela com faixas pretas nos cantos direito e esquerdo. Esse fenômeno ocorre para não haver distorção da imagem. Nesse período, as emissoras deverão ter cuidado com o enquadramento e com a posição dos caracteres na tela, pois quem não possuir um aparelho de TV em formato 16:9 poderá perder parte da informação.
Os formatos possíveis de qualidade de imagem são quatro, que se diferem na resolução e formato de tela:
HDTV (High-definition Television - alta definição): formato de tela 16:9,
resolução de 1080 linhas (varredura progressiva ou entrelaçada, dependendo do
sistema de transmissão digital) ou 720 linhas (varredura progressiva), com 1920
ou 1280 pixels por linha, respectivamente;
EDTV (Enhanced Definition Television - definição estendida): formato de tela 16:9, resolução de 480 linhas (varredura progressiva) e 720 pixels por linha;
SDTV (Standard Definition Television - definição padrão): formato de tela 4:3 ou 16:9, resolução de 480 linhas (varredura entrelaçada) e 640 pixels por linha;
LDTV (Low Definition Television - baixa definição): formato de tela: 4:3, resolução de 240 linhas (varredura progressiva) e 320 pixels por linha.
Os modelos de aparelho televisor que possuem definição nativa de 1080 linhas com varredura progressiva (1080p) são nomeados Full HD.
Os modelos variam, desde os mais simples, que apenas convertem o sinal, aos mais sofisticados, que dão maiores opções ao telespectador, podendo ser já acoplados no televisor ou ser adaptado.
Com a tecnologia digital é possível oferecer aos telespectadores serviços diferenciados e com recursos que promovem inclusão social, como:
legendas e dublagens em idiomas diferentes, linguagens de sinais, cenas em ângulos diferentes, hipermídia, informativos como previsão meteorológica, gravação de programas, entre outros.
No período de Simulcast (período de transmissão simultânea de sinal analógico e digital), os proprietários de TV no formato 16:9 que não tiverem recepção digital terão a imagem no centro da tela com faixas pretas nos cantos direito e esquerdo. Esse fenômeno ocorre para não haver distorção da imagem. Nesse período, as emissoras deverão ter cuidado com o enquadramento e com a posição dos caracteres na tela, pois quem não possuir um aparelho de TV em formato 16:9 poderá perder parte da informação.
Os formatos possíveis de qualidade de imagem são quatro, que se diferem na resolução e formato de tela:
HDTV (High-definition Television - alta definição): formato de tela 16:9,
resolução de 1080 linhas (varredura progressiva ou entrelaçada, dependendo do
sistema de transmissão digital) ou 720 linhas (varredura progressiva), com 1920
ou 1280 pixels por linha, respectivamente;
EDTV (Enhanced Definition Television - definição estendida): formato de tela 16:9, resolução de 480 linhas (varredura progressiva) e 720 pixels por linha;
SDTV (Standard Definition Television - definição padrão): formato de tela 4:3 ou 16:9, resolução de 480 linhas (varredura entrelaçada) e 640 pixels por linha;
LDTV (Low Definition Television - baixa definição): formato de tela: 4:3, resolução de 240 linhas (varredura progressiva) e 320 pixels por linha.
Os modelos de aparelho televisor que possuem definição nativa de 1080 linhas com varredura progressiva (1080p) são nomeados Full HD.
TV DIGITAL
A TV digital nada mais é do que a digitalização da transmissão do sinal televisivo. No caso das maiores operadoras brasileiras, cerca de 40% dos estúdios de geração já estão digitalizados, fazendo-se a conversão do sinal digital para o analógico apenas no momento da transmissão. Desse processo decorre que entre 40 e 60% dos programas produzidos por essas emissoras são digitais.
Nesse caso, todo processo é feito com equipamento digital - desde a filmagem, até a edição e pós-produção.
É importante destacar que ainda não existe produção de programação em alta definição no país, salvo alguns testes isolados, devido à ausência de tecnologia. Para produzir programas HDTV são necessárias câmeras especiais, que exigem um investimento muito alto para um país que sequer definiu se vai adotar um sistema de transmissão desenvolvido por terceiros, ou se vai criar um próprio.
A Televisão digital, ou TV digital, usa um modo de modulação e compressão digital para enviar vídeo, áudio e sinais de dados aos aparelhos compatíveis com a tecnologia, proporcionando assim transmissão e recepção de maior quantidade de conteúdo por uma mesma freqüência (canal) podendo atingir o alvo de muita alta qualidade na imagem (alta definição).
A transmissão digital codifica som e imagem em dados, transformando-os em bits, os mesmos códigos binários da linguagem informática (zeros e uns), permitindo que os dados sejam manipulados e comprimidos de formas impossíveis de serem feitas no sistema analógico. Uma das principais vantagens e atrativos da TV Digital é sua imagem em alta definição – HDTV, e o formato da imagem, que tem campo de visão mais favorável ao expectador.
Como a TV Digital operará apenas em UHF (Ultra High Frequency – Freqüência ultra-alta), é necessário o consumidor possuir uma antena UHF interna ou externa.
O áudio da TV Digital possui qualidade semelhante à de CD, e oferece a opção de surround, com 5.1 de áudio. Para usufruir desta vantagem é necessário possuir o equipamento adequado (home theater).
A maior vantagem da transmissão em sistema digital é a conservação da qualidade do sinal. O número de linhas horizontais no canal de recepção, mesmo em modo SDTV, é superior a 400, sendo idêntico àquele proveniente do canal de transmissão.
Nos atuais sistemas analógicos, em função das perdas, a definição nos aparelhos receptores (TVs e videocassetes) atinge, na prática, somente 330 linhas horizontais, ou seja, ocorre uma perda de 50%, o que impacta diretamente na qualidade da imagem que vemos na TV.
Digitalmente, a imagem é imune a interferências e ruídos, ficando livre dos “chuviscos” e “fantasmas” tão comuns na TV analógica.
Nesse caso, todo processo é feito com equipamento digital - desde a filmagem, até a edição e pós-produção.
É importante destacar que ainda não existe produção de programação em alta definição no país, salvo alguns testes isolados, devido à ausência de tecnologia. Para produzir programas HDTV são necessárias câmeras especiais, que exigem um investimento muito alto para um país que sequer definiu se vai adotar um sistema de transmissão desenvolvido por terceiros, ou se vai criar um próprio.
A Televisão digital, ou TV digital, usa um modo de modulação e compressão digital para enviar vídeo, áudio e sinais de dados aos aparelhos compatíveis com a tecnologia, proporcionando assim transmissão e recepção de maior quantidade de conteúdo por uma mesma freqüência (canal) podendo atingir o alvo de muita alta qualidade na imagem (alta definição).
A transmissão digital codifica som e imagem em dados, transformando-os em bits, os mesmos códigos binários da linguagem informática (zeros e uns), permitindo que os dados sejam manipulados e comprimidos de formas impossíveis de serem feitas no sistema analógico. Uma das principais vantagens e atrativos da TV Digital é sua imagem em alta definição – HDTV, e o formato da imagem, que tem campo de visão mais favorável ao expectador.
Como a TV Digital operará apenas em UHF (Ultra High Frequency – Freqüência ultra-alta), é necessário o consumidor possuir uma antena UHF interna ou externa.
O áudio da TV Digital possui qualidade semelhante à de CD, e oferece a opção de surround, com 5.1 de áudio. Para usufruir desta vantagem é necessário possuir o equipamento adequado (home theater).
A maior vantagem da transmissão em sistema digital é a conservação da qualidade do sinal. O número de linhas horizontais no canal de recepção, mesmo em modo SDTV, é superior a 400, sendo idêntico àquele proveniente do canal de transmissão.
Nos atuais sistemas analógicos, em função das perdas, a definição nos aparelhos receptores (TVs e videocassetes) atinge, na prática, somente 330 linhas horizontais, ou seja, ocorre uma perda de 50%, o que impacta diretamente na qualidade da imagem que vemos na TV.
Digitalmente, a imagem é imune a interferências e ruídos, ficando livre dos “chuviscos” e “fantasmas” tão comuns na TV analógica.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Internet, TV, rádio e jornais se complementam
A força e a sinergia da tecnologia com os meios de comunicação.
Por Aleksandar Mandic
Tenho falado constantemente sobre o avanço da tecnologia e as novas ferramentas que ela tem agregado ao nosso dia-a-dia. Sem considerarmos essas inovações, o que mais a tecnologia nos trouxe?
É muito claro que ela vem quebrando barreiras e encurtando distâncias, certo? Ela também popularizou a comunicação, principalmente a comunicação entre os meios, ou melhor, ela integrou os meios de comunicação.
O rádio, por exemplo, que começou no Brasil em 1893, com o passar do tempo, e o auxílio da tecnologia, ele foi aprimorando suas transmissões e conquistando o seu espaço.
Depois, veio a televisão, que nada mais era do que um rádio com um dispositivo que produzia uma imagem em uma única cor, que também foi se aperfeiçoando e chegou onde está hoje, em alta definição. É importante lembrar que a TV não roubou a cena do rádio, cada um criou a sua própria característica e manteve o seu público fiel.
Depois veio a internet, que supostamente roubaria todos os holofotes e atenções. Mas, ao contrário do que todo mundo pensou, ela foi uma difusora de novas formas de comunicação, integrando o rádio, a televisão e outros meios, ajudando-os a evoluir.
Vou dar um exemplo, me diga um programa de rádio ou televisão que não tenha uma página na internet? Hoje, as grandes emissoras têm a sua programação na rede, atualizada diariamente, em tempo real. Os sites das rádios até oferecem acesso a programação ao vivo e o usuário se transforma em ouvinte.
E os jornais e revistas? Assim como acontece em outros meios de comunicação, eles também estão integrados com a internet, oferecendo o conteúdo online. Alguns até são exclusivos para o site e o usuário pode se cadastrar para recebê-los no momento em que vão ao ar nas redações.
Com os portais, outro importante meio de comunicação, a integração com outros elementos também acontece. Hoje, já temos diversos sites que disponibilizam vídeos e podcast aos usuários, com conteúdos exclusivos. Temos também muitos serviços que permitem baixar e publicar vídeos em alta definição para assisti-los no próprio computador.
Isso significa que a internet irá substituir os meios de comunicação? Jamais! A tecnologia irá ajudar a alavancar ainda mais todos os ambientes, pois eles interagem entre si, um ajuda e complementa o conteúdo do outro, por isso dizem que a matemática é tão perfeita, pois a TV + o rádio + o jornal + a revista = a internet e se tirarmos a prova real, o resultado será sempre o mesmo, ou seja, pura sinergia.
Você se lembra de algum meio de comunicação que deu errado? Nem eu! [Webinsider]
Por Aleksandar Mandic
Tenho falado constantemente sobre o avanço da tecnologia e as novas ferramentas que ela tem agregado ao nosso dia-a-dia. Sem considerarmos essas inovações, o que mais a tecnologia nos trouxe?
É muito claro que ela vem quebrando barreiras e encurtando distâncias, certo? Ela também popularizou a comunicação, principalmente a comunicação entre os meios, ou melhor, ela integrou os meios de comunicação.
O rádio, por exemplo, que começou no Brasil em 1893, com o passar do tempo, e o auxílio da tecnologia, ele foi aprimorando suas transmissões e conquistando o seu espaço.
Depois, veio a televisão, que nada mais era do que um rádio com um dispositivo que produzia uma imagem em uma única cor, que também foi se aperfeiçoando e chegou onde está hoje, em alta definição. É importante lembrar que a TV não roubou a cena do rádio, cada um criou a sua própria característica e manteve o seu público fiel.
Depois veio a internet, que supostamente roubaria todos os holofotes e atenções. Mas, ao contrário do que todo mundo pensou, ela foi uma difusora de novas formas de comunicação, integrando o rádio, a televisão e outros meios, ajudando-os a evoluir.
Vou dar um exemplo, me diga um programa de rádio ou televisão que não tenha uma página na internet? Hoje, as grandes emissoras têm a sua programação na rede, atualizada diariamente, em tempo real. Os sites das rádios até oferecem acesso a programação ao vivo e o usuário se transforma em ouvinte.
E os jornais e revistas? Assim como acontece em outros meios de comunicação, eles também estão integrados com a internet, oferecendo o conteúdo online. Alguns até são exclusivos para o site e o usuário pode se cadastrar para recebê-los no momento em que vão ao ar nas redações.
Com os portais, outro importante meio de comunicação, a integração com outros elementos também acontece. Hoje, já temos diversos sites que disponibilizam vídeos e podcast aos usuários, com conteúdos exclusivos. Temos também muitos serviços que permitem baixar e publicar vídeos em alta definição para assisti-los no próprio computador.
Isso significa que a internet irá substituir os meios de comunicação? Jamais! A tecnologia irá ajudar a alavancar ainda mais todos os ambientes, pois eles interagem entre si, um ajuda e complementa o conteúdo do outro, por isso dizem que a matemática é tão perfeita, pois a TV + o rádio + o jornal + a revista = a internet e se tirarmos a prova real, o resultado será sempre o mesmo, ou seja, pura sinergia.
Você se lembra de algum meio de comunicação que deu errado? Nem eu! [Webinsider]
Como salvar a mídia (e a propaganda)
A compra de mídia passa a ser compra de conteúdo, e não mais de espaço.
Por Fernand Alphen
A mídia está morta. Viva a mídia!
Estamos no futuro porque é muito mais fácil pensar assim.
Há alguns dias, uma crucial reunião decidiu o futuro da mídia, dos autores, dos criadores e de todos os pretensos provedores de conteúdo. Da assinatura do termo resultante, acordou-se que doravante tudo será cobrado. Chega dessa palhaçada de trabalhar de graça. Nem uma linha mais será derramada sem reciprocidade financeira. Nenhum jornal será lido mais de graça na internet, nenhum vídeo baixado ou assistido sem pagar, nenhuma música, nenhuma foto, nenhum game, nenhum outro conteúdo que tenha a mais ingênua pretensão de assim chamar-se vai ser franqueado, barganhado na xepa.
Muitos choraram na reunião que celebrou o acordo. Lágrimas de alívio carregadas de deliciosa vingança. É o troco, depois de anos de lamúrias e penúria. “Vencemos os anarquistas bandidos!”
Mas alguns dias depois, as cabeças decisivas reuniram-se novamente para colocar em prática a mais difícil das equações: como cobrar? O que cobrar? O que será justo e rentável?
A reunião foi uma tragédia. Dizem que alguns chegaram às vias de fato, e algumas mortes foram contabilizadas. É o que dizem, mas ninguém soube de nada porque nenhum leitor quis comprar esse conteúdo.
Flashback. Hoje, a questão que movimenta dez entre dez pessoas de mídia é como resolver a mais apavorante das equações: o conteúdo deve ou não ser gratuito?
Walter Isaacson discursou recentemente sobre o assunto num interessantíssimo artigo. Sua visão é lapidar, precisa, contundente. Em resumo, Isaacson propõe uma saída para a crise com uma simples e desburocratizada cobrança pontual (micro) dos conteúdos desejados. Essa possível solução, para ele, resolveria as perdas de receita dos jornais na ponta “venda de jornal”.
Ainda que essa solução não seja nova e já tenha sido experimentada (de forma fracassada), vale muito a provocação.
No entanto, não basta debruçar-se sobre essa “perna” capenga da receita, assumindo que as demais estão fortes. É tapar o sol com a peneira.
Talvez seja mais pertinente e urgente debruçar-se sobre a outra: a publicidade. Não apenas porque ela é mais importante, mas principalmente porque ela também cambaleia e há mais tempo.
Por outro lado, é tocante a ingenuidade porque as pernas são promiscuamente comunicantes. A questão não é, portanto, resolver partes separadas de receita, mas encarar a questão de face, sem preconceito, sem medo e de forma radical: quem vai pagar o conteúdo produzido? Pois parece que sempre será o cliente do conteúdo, direta ou indiretamente. E é o indireto a mola do sistema: a propaganda.
A propaganda “compra” audiência, e os provedores de conteúdo “vendem” audiência. É essa audiência que paga a conta. Se resolvermos essa perna, o conteúdo poderá ser gratuito sempre.
Ainda que pudéssemos precificar um conteúdo, ainda que pudéssemos nos entender sobre esse preço, quem nos compra tenderá sempre a não querer pagar. Eles também são tão variados, que a conta será ínfima, ridícula, dispensável. Sem falar da enorme dificuldade de criar uma forma de pagamento segura e simples.
Se nossa audiência não quer mais pagar pelo conteúdo – seja porque ele foi dado um dia de graça, seja porque o conteúdo é, e sempre será, mais importante que o autor, a cópia gratuita, portanto, tem exatamente o mesmo valor do original – de que serve remar contra a maré?
Existe muita coisa para ser feita e cobrar “microtaxas” é uma solução microscópica.
Primeiro fato aterrorizante: as receitas publicitárias talvez estejam também minguando. Ou pior, talvez os anunciantes não estejam muito felizes com os resultados dos seus investimentos.
Segunda tragédia: na gênese desse problema, infinitamente mais relevante para as economias dos provedores de conteúdo e para os próprios pagadores da conta, os anunciantes, está a ineficiência dos formatos de publicidade e da lógica de precificação desses formatos.
Terceiro pavor: os meios digitais, gratuitos, livres, sem controle possível e infinitamente mais poderosos que qualquer outro meio físico vão quebrá-los. E nesse ambiente, só prevalece uma lei: a gratuidade.
Se formos corajosos, uma vez na vida que seja, devemos assumir essas verdades e, se quisermos encontrar uma saída, talvez devêssemos encará-las de forma exagerada, sem meias soluções, sem acochambros.
Na perna da publicidade, a ideia do “micro” talvez seja uma saída muito mais original.
Voltemos ao futuro agora. Lembram da reunião que terminou em sangue e morte?
Pois num outro lugar, um dono de jornal resolveu declinar do convite de participar dessa tragédia anunciada. Ele estava muito ocupado com seus jornalistas e programadores para perder tempo com panaceias jurássicas.
Ele estava lançando o primeiro jornal do mundo a vender publicidade baseada na lógica do micropagamento publicitário. Simplesmente indexou todas as palavras e expressões de seu conteúdo. Todas eram ofertadas a quem pagasse mais por elas. E ele foi mais longe: o leitor que fizesse a busca na sua ferramenta para um conteúdo específico seria imediatamente direcionado para ele, mas uma propaganda iria interromper por alguns instantes esse fluxo. Propaganda essa, paga pelo anunciante que tivesse comprado precisamente aquela palavra ou expressão.
Simples. Muito simples e fácil.
Algumas pequenas regras para ajudar na solução:
* Conteúdo deve ser de graça para o receptor.
* Quem paga a conta são os compradores de audiência, os anunciantes.
* Provedores de conteúdo devem priorizar a busca em detrimento da navegação aleatória, baseada em índices, cadernos, editorias, etc.
* O conteúdo deve ser todo indexado de forma dinâmica e automática.
* A venda de impacto publicitário deve ser feita pela compra desses “indexadores”.
* Leva quem paga mais pela compra dos “indexadores”.
* A propaganda deve interromper o clique da busca e intrometer-se entre ela e o resultado.
* A interrupção deve ser suficiente para impactar sem prejudicar.
* A compra de mídia passa a ser compra de conteúdo, e não mais de espaço.
E para terminar, valem todas as regras anteriores: liberdade, qualidade, criatividade, pertinência, ética e principalmente, sempre, coragem de se reinventar todos os dias.
Vamos enterrar nossos mortos, rezar por eles, mas sobreviver. [Webinsider]
.
Sobre o autor
Fernand AlphenFernand Alphen (falphen@fnazca.com.br) é diretor de Branding, Planejamento e Pesquisa da F/Nazca S&S e mantém o Fernand Alphen’s Blog.
Por Fernand Alphen
A mídia está morta. Viva a mídia!
Estamos no futuro porque é muito mais fácil pensar assim.
Há alguns dias, uma crucial reunião decidiu o futuro da mídia, dos autores, dos criadores e de todos os pretensos provedores de conteúdo. Da assinatura do termo resultante, acordou-se que doravante tudo será cobrado. Chega dessa palhaçada de trabalhar de graça. Nem uma linha mais será derramada sem reciprocidade financeira. Nenhum jornal será lido mais de graça na internet, nenhum vídeo baixado ou assistido sem pagar, nenhuma música, nenhuma foto, nenhum game, nenhum outro conteúdo que tenha a mais ingênua pretensão de assim chamar-se vai ser franqueado, barganhado na xepa.
Muitos choraram na reunião que celebrou o acordo. Lágrimas de alívio carregadas de deliciosa vingança. É o troco, depois de anos de lamúrias e penúria. “Vencemos os anarquistas bandidos!”
Mas alguns dias depois, as cabeças decisivas reuniram-se novamente para colocar em prática a mais difícil das equações: como cobrar? O que cobrar? O que será justo e rentável?
A reunião foi uma tragédia. Dizem que alguns chegaram às vias de fato, e algumas mortes foram contabilizadas. É o que dizem, mas ninguém soube de nada porque nenhum leitor quis comprar esse conteúdo.
Flashback. Hoje, a questão que movimenta dez entre dez pessoas de mídia é como resolver a mais apavorante das equações: o conteúdo deve ou não ser gratuito?
Walter Isaacson discursou recentemente sobre o assunto num interessantíssimo artigo. Sua visão é lapidar, precisa, contundente. Em resumo, Isaacson propõe uma saída para a crise com uma simples e desburocratizada cobrança pontual (micro) dos conteúdos desejados. Essa possível solução, para ele, resolveria as perdas de receita dos jornais na ponta “venda de jornal”.
Ainda que essa solução não seja nova e já tenha sido experimentada (de forma fracassada), vale muito a provocação.
No entanto, não basta debruçar-se sobre essa “perna” capenga da receita, assumindo que as demais estão fortes. É tapar o sol com a peneira.
Talvez seja mais pertinente e urgente debruçar-se sobre a outra: a publicidade. Não apenas porque ela é mais importante, mas principalmente porque ela também cambaleia e há mais tempo.
Por outro lado, é tocante a ingenuidade porque as pernas são promiscuamente comunicantes. A questão não é, portanto, resolver partes separadas de receita, mas encarar a questão de face, sem preconceito, sem medo e de forma radical: quem vai pagar o conteúdo produzido? Pois parece que sempre será o cliente do conteúdo, direta ou indiretamente. E é o indireto a mola do sistema: a propaganda.
A propaganda “compra” audiência, e os provedores de conteúdo “vendem” audiência. É essa audiência que paga a conta. Se resolvermos essa perna, o conteúdo poderá ser gratuito sempre.
Ainda que pudéssemos precificar um conteúdo, ainda que pudéssemos nos entender sobre esse preço, quem nos compra tenderá sempre a não querer pagar. Eles também são tão variados, que a conta será ínfima, ridícula, dispensável. Sem falar da enorme dificuldade de criar uma forma de pagamento segura e simples.
Se nossa audiência não quer mais pagar pelo conteúdo – seja porque ele foi dado um dia de graça, seja porque o conteúdo é, e sempre será, mais importante que o autor, a cópia gratuita, portanto, tem exatamente o mesmo valor do original – de que serve remar contra a maré?
Existe muita coisa para ser feita e cobrar “microtaxas” é uma solução microscópica.
Primeiro fato aterrorizante: as receitas publicitárias talvez estejam também minguando. Ou pior, talvez os anunciantes não estejam muito felizes com os resultados dos seus investimentos.
Segunda tragédia: na gênese desse problema, infinitamente mais relevante para as economias dos provedores de conteúdo e para os próprios pagadores da conta, os anunciantes, está a ineficiência dos formatos de publicidade e da lógica de precificação desses formatos.
Terceiro pavor: os meios digitais, gratuitos, livres, sem controle possível e infinitamente mais poderosos que qualquer outro meio físico vão quebrá-los. E nesse ambiente, só prevalece uma lei: a gratuidade.
Se formos corajosos, uma vez na vida que seja, devemos assumir essas verdades e, se quisermos encontrar uma saída, talvez devêssemos encará-las de forma exagerada, sem meias soluções, sem acochambros.
Na perna da publicidade, a ideia do “micro” talvez seja uma saída muito mais original.
Voltemos ao futuro agora. Lembram da reunião que terminou em sangue e morte?
Pois num outro lugar, um dono de jornal resolveu declinar do convite de participar dessa tragédia anunciada. Ele estava muito ocupado com seus jornalistas e programadores para perder tempo com panaceias jurássicas.
Ele estava lançando o primeiro jornal do mundo a vender publicidade baseada na lógica do micropagamento publicitário. Simplesmente indexou todas as palavras e expressões de seu conteúdo. Todas eram ofertadas a quem pagasse mais por elas. E ele foi mais longe: o leitor que fizesse a busca na sua ferramenta para um conteúdo específico seria imediatamente direcionado para ele, mas uma propaganda iria interromper por alguns instantes esse fluxo. Propaganda essa, paga pelo anunciante que tivesse comprado precisamente aquela palavra ou expressão.
Simples. Muito simples e fácil.
Algumas pequenas regras para ajudar na solução:
* Conteúdo deve ser de graça para o receptor.
* Quem paga a conta são os compradores de audiência, os anunciantes.
* Provedores de conteúdo devem priorizar a busca em detrimento da navegação aleatória, baseada em índices, cadernos, editorias, etc.
* O conteúdo deve ser todo indexado de forma dinâmica e automática.
* A venda de impacto publicitário deve ser feita pela compra desses “indexadores”.
* Leva quem paga mais pela compra dos “indexadores”.
* A propaganda deve interromper o clique da busca e intrometer-se entre ela e o resultado.
* A interrupção deve ser suficiente para impactar sem prejudicar.
* A compra de mídia passa a ser compra de conteúdo, e não mais de espaço.
E para terminar, valem todas as regras anteriores: liberdade, qualidade, criatividade, pertinência, ética e principalmente, sempre, coragem de se reinventar todos os dias.
Vamos enterrar nossos mortos, rezar por eles, mas sobreviver. [Webinsider]
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Sobre o autor
Fernand AlphenFernand Alphen (falphen@fnazca.com.br) é diretor de Branding, Planejamento e Pesquisa da F/Nazca S&S e mantém o Fernand Alphen’s Blog.
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